Estudo mostra que dormir à tarde melhora capacidade mental

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Típico dos climas quentes, o cochilo depois do almoço tem sido encarado como um hábito arcaico, incompatível com o ritmo da vida moderna. Pois um estudo da Universidade Harvard conseguiu reabilitar a sesta, mostrando que ela é um modo excelente para restaurar a capacidade intelectual.

A pesquisa envolveu 129 voluntários, que faziam um mesmo teste de percepção visual quatro vezes por dia, duas de manhã e duas à tarde. O desempenho individual piorava sensivelmente no decorrer do dia. No fim da tarde, era em média 52% menor. Mas quem dormia por meia hora entre o segundo e o terceiro testes, lá pelas 14 horas, chegava ao fim do dia com o padrão do meio-dia. Aqueles que podiam dar-se ao luxo de dormir uma hora inteira voltavam a se comportar no teste como no início da manhã.

O estudo indicou que é necessário dormir de verdade. Fechar os olhos e simplesmente descansar um pouquinho não faz efeito. Já está comprovado que o relógio biológico programa as pessoas para dois períodos de sonolência: o mais forte à noite, entre 22 horas e meia-noite, e um mais leve, no início da tarde, entre 14 e 15 horas.

Isso pouco tem a ver com questões culturais. Nos lugares quentes, até os animais evitam sair ao ar livre no horário em que o sol está a pino. "O padrão natural do homem seria sempre dormir no começo da tarde, se não fossem as pressões do mundo moderno", diz Rubens Reimão, neurologista do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Mesmo em países que não têm a chamada "cultura da sesta", pode-se estimar que pelo menos 20% da população durma durante um período da tarde. "O estudo de Harvard mostra que esse sono da tarde tem função importante no aprendizado", explica o neurologista. Agora é só convencer o patrão disso.


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